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Moro: ‘Bolsonaro queria relatórios de inteligência da PF, isso é inaceitável’

A informação foi repassada para assessores do ministro

Por Redação do Mandaguari News em 24/04/2020, informações de MBL.

De acordo com a jornalista Bela Megali, da VEJA, ao repassar seu discurso com assessores, o ministro da Justiça Sergio Moro fez uma dura crítica à postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à Polícia Federal:

“O próprio presidente me falou que queria ter uma pessoa sua para que pudesse ligar e pegar informações, relatórios de inteligência. Esse tipo de conduta é inaceitável para autonomia da Policia Federal”, disse o ex-juiz.

A afirmação foi feita no momento em que relatava todos os temas que pretende abordar no seu anúncio de demissão, segundo interlocutores.

Em seu discurso que ocorre agora, Moro criticou a falta de autonomia dentro da instituição.

A exoneração do diretor-geral da Polícia Federal (PF) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Maurício Valeixo, nesta sexta-feira (24), foi a gota que transbordou o copo para a permanência do ministro Sérgio Moro à frente da pasta.

Moro anunciou em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (24), diretamente da sede do Ministério, que deixa o governo Bolsonaro.

O discurso do ministro teve início com uma revisão de sua carreira desde 2014 na Operação Lava Jato, na qual compartilhou a constante preocupação de que o executivo viesse a intervir na autoridade de Polícia Federal, o que não aconteceu durante o governo petista.

O juiz relembrou que o convite para chefiar a pasta envolvia “carta branca” por parte do presidente Jair Bolsonaro e que existia um compromisso com o combate à corrupção.

Moro afirmou ainda a intenção de justificar suas decisões na coletiva e que nunca existiu a condição de que aceitaria o cargo de Ministro da Justiça em troca de uma indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF), mas pediu que sua família não ficasse desamparada sem uma pensão.

Antes do pronunciamento, o juiz se reuniu com o presidente no Palácio da Alvorada, mas a confirmação do pedido de demissão de Moro indica que não conseguiram chegar a um consenso. Cabe ressaltar que a demissão de Valeixo, que conta com a assinatura digital do ministro, não foi informada previamente a Moro.

Os nomes mais cotados para ocupar o posto de Valeixo são Anderson Torres, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, e Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), enquanto o nome do ministro Jorge Oliveira é cotado para ocupar o cargo de ministro da Justiça no lugar de Sérgio Moro.

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